A história do médico que tentou instaurar o hábito de lavar as mãos em hospitais
Nesse post vamos falar sobre Ignaz Philipp Semmelweis. Ele foi um médico húngaro, que tentou instaurar no hospital em que trabalhava a prática de lavar as mãos antes de procedimentos e acabou parando em um hospício por isso.
(Ignaz Philipp Semmelweis)
Ignaz Semmelweis se formou em medicina em 1844 e optou por realizar sua especialização em obstetrícia. Semmelweis, conseguiu um cargo de assistente do diretor e residente-chefe da Clínica de Maternidade do Hospital Geral de Viena, localizado Áustria. Foi nesse hospital que Ignaz, percebeu um caso muito curioso: a diferença da taxa de mortalidade pós parto entre duas clínicas obstétricas.
Ambas as clínicas apresentavam instalações idênticas e eram semelhantes em praticamente todos os métodos e práticas, tendo uma única diferença entre elas: quem dava assistência nos partos. Em uma, eram estudantes de medicina e na outra eram parteiras. E adivinhem qual tinha maior mortalidade? A clínica onde estudantes de medicina auxiliavam nos partos. É importante ressaltar que, nessa clínica além de participar dos partos, os estudantes também realizavam autópsias e cirurgias.
Semmelweis, buscava por explicações para essa discrepância, porém não achava nada que pudesse explicar isso. Até o dia em que seu amigo e colega, Jakob Kolletschka, acabou sendo ferido por um bisturi, por um de seus estudantes, durante uma necropsia. Kolletschka acabou falecendo após esse incidente. Por meio do exame post mortem verificaram que havia aspectos semelhantes em sua morte, com os das mulheres que morriam devido a febre puerperal. Com isso, Semmelweis, chegou à conclusão de que muito provavelmente as mulheres estavam sendo contaminadas com “partículas cadavéricas”, afinal os estudantes trabalhavam com cadáveres, nas necropsias, e depois iam direto fazer partos, sem nenhum tipo de higienização.
Sendo assim, ele insistiu que os estudantes, começassem a lavar as mãos entre um procedimento e outro, com cal clorada. E esse “simples ato”, fez com que as mortes reduzissem drasticamente na clínica: o índice de mortalidade era de 18,3% dos pacientes e após um mês do início da lavagem das mãos ser instaurada, as taxas caíram para pouco mais de 2%.
Por mais que os resultados tivessem sido excelentes, muitos dos médicos não concordavam com a ideia dele e acreditavam que aquilo era besteira. Assim, Ignaz Semmelweis acabou sendo demitido e com isso, extinguiram novamente a prática de lavar as mãos, o que levou mais uma vez ao aumento das mortes.
Após sua demissão, ele chegou a trabalhar em outro hospital, a lecionar em uma maternidade em Budapeste e até lançou um livro “A etiologia, o conceito e a profilaxia da febre do pós-parto”, o qual falava sobre a importância da higienização das mãos e que a falta dessa prática levava a morte de muitas pacientes. O livro também foi um meio de atacar os médicos que foram contra seu “método”.
Após todos esses acontecimentos e os repetidos ataques a Ignaz, ele acabou adoecendo e desenvolvendo depressão e assim seus amigos e mulher, optaram por internar ele em um hospício, no qual ficou internado até o fim de sua vida.
Infelizmente foi apenas após a teoria dos germes, proposta por Louis Pasteur, que a hipótese de Ignaz Semmelweis foi aceita e vista como coerente.
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